"Me formei, e agora?", é um questionamento um tanto quanto provocativo. Manuela Stertz Poerner, 18 anos, vivenciou na última sexta-feira (19) esse momento que envolve um misto de sentimentos: a formatura do ensino médio, uma fase experimentada por muitos jovens nos últimos dias, em um período marcado pelo simbolismo das solenidades de conclusão.
Concluir o ensino médio encerra não apenas um ciclo de estudos, mas também abarca uma série de mudanças. Cada jovem, dentro de sua individualidade e contexto, encara esse momento de forma diferente. O fim de uma etapa, o lançamento em novos desafios e os recomeços trazem consigo inseguranças, exigindo tomada de decisões e uma rede de apoio.
Diante disso, surge o questionamento: quais oportunidades são oferecidas ao nosso redor para receber esses jovens, seja no mercado de trabalho ou no âmbito dos estudos? Em Maravilha, as perspectivas envolvem estudo, trabalho e a relação de proximidade com o município. Para compreender melhor esse cenário, a equipe de reportagem aplicou um questionário respondido por 150 estudantes recém-formados no ensino médio, dentro de um universo aproximado de 225 formandos de quatro escolas do município, entre públicas e particulares.
Dos 150 participantes, ao serem questionados se pretendem estudar após concluir o ensino médio, a grande maioria respondeu positivamente: 138 afirmaram que pretendem seguir estudando, demonstrando o interesse e a inclinação dos jovens pela continuidade da formação. Além disso, 118 já definiram a área profissional que desejam seguir.
Outro desafio neste momento é a busca por oportunidades. Um total de 127 jovens pretende buscar oportunidades de estudo fora de Maravilha. No que diz respeito ao trabalho, 101 afirmaram que pretendem procurar oportunidades fora do município.
Ainda na relação com a cidade de Maravilha, o questionário perguntou se aqueles que saírem consideram retornar futuramente. Do total, 89 responderam que pretendem retornar, enquanto 61 afirmaram que não têm essa intenção. O questionário foi aplicado de forma voluntária junto aos formandos e contou com cinco perguntas, todas com opções de resposta “sim” ou “não”.
História de quem vive este desafio
Cada jovem que conclui o ensino médio vivencia esse momento de forma única, carregando suas próprias histórias e expectativas. Manuela participou do questionário e aceitou compartilhar o significado dessa etapa em sua vida. “É uma sensação de finalização, de alívio, mas ao mesmo tempo um aperto no coração por encerrar um ciclo, onde convivi com colegas por cerca de 10 anos”, relata.
Os novos desafios já estão postos. Manuela definiu a área em que deseja estudar e atuar. Seu principal objetivo é conquistar uma vaga em uma universidade federal para iniciar a graduação em Licenciatura em História. No momento, ela aguarda o resultado de sua classificação nas formas de ingresso. Como segunda opção, considera cursar Pedagogia, motivada pela experiência com crianças durante seu trabalho de estágio em Maravilha.
Com o objetivo de estudar em uma universidade federal, Manuela precisará frequentar aulas em outra cidade. Ainda assim, compartilha que pretende continuar residindo em Maravilha, onde vive sua família, que a apoia especialmente neste novo ciclo de desafios. Para isso, deverá utilizar o transporte coletivo diariamente para se deslocar até o município onde irá estudar. Outra mudança apontada por Manuela é a necessidade de trocar de emprego, já que neste ano atuou como estagiária. Ela também destaca a alteração na rotina e no convívio social, uma vez que cada colega de turma segue caminhos diferentes.
Ao encarar o questionamento “Me formei, e agora?”, Manuela destaca o momento como o desafio de lidar com a espera pelo resultado do ingresso na faculdade. Para o futuro, seus sonhos incluem cursar as duas graduações, em História e Pedagogia. A perspectiva é permanecer em Maravilha e, quem sabe, atuar profissionalmente na escola onde estudou por muitos anos no município.